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MELECA

Informação e entretenimento. Colabore com a manutenção do Blog doando para a conta 0014675-0 Agência 3008. Caixa Econômica Federal.

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Educar as crianças para não punir os homens

Fernando Zocca, 27.08.14

 

A expressão "não dar o braço a torcer" significa a negação do reconhecimento de que certa opinião está correta, e que a defendida é equivocada.

Essa teimosia defende o orgulho ferido, faz parte da ausência da humildade servindo também para manter a rejeição, o assédio moral, a intolerância e o preconceito.  

O "não dar o braço a torcer" isto é, reconhecer que está sem razão, negando inclusive a versão mais verdadeira, daquele com quem antipatizamos, pode representar um obstáculo sério ao progresso pessoal e até familiar. 

Quem se nega a reconhecer a veracidade das observações, constatações dos fatos contrários à comunidade, e também a si mesmo, pode se considerar um terrível autossuficiente negador das evidências.

Para essas personalidades o soldado que marcha com o passo trocado, diferente do batalhão que segue cadenciado, uniforme, está correto. Não dá pra negar que mentes assim consideram estarem elas certas e a Bíblia errada. 

Se não for possível a ocultação dos fatos condenáveis, o que "não dá o braço a torcer", no mínimo, modificará os elementos constituintes do fato aberrante, atenuando as suas aparências e os malefícios produzidos contra a sociedade. 

A exaltação do orgulho, da prepotência, a inadaptabilidade ou a ausência da habitualidade no reconhecimento dos próprios erros, reforçam essa postura do "não dar o braço a torcer".

Quem "não dá o braço a torcer" não admite a "mea culpa". 

Aos reinvidicativos, querelantes e obsessivos, a culpa, o erro, são sempre dos outros. Não é infrequente, nos relatos, a atribuição dos próprios enganos e defeitos de conceituação, aos demais que exigem o bom comportamento na comunidade.

A impenetrabilidade dos bons conceitos nas consciencias concreadas produz o analfabetismo, o uso destrutivo das drogas, e dos condenáveis comportamentos antissociais.

É preciso aplicar as penas da lei já que não se consegue educar as crianças.      

 

OS POLÍTICOS QUEREM EMPREGO

Fernando Zocca, 19.08.14

 



Sim meus amigos e minhas amigas, estamos no tempo em que os políticos buscam emprego.


É nessas horas que o cidadão-candidato pede ao povo que o empregue, que lhe dê trabalho. E o povo dá.


O povo dá, pra receber depois as notícias de que os seus empregados subtraíram para si, para os parentes ou aos outros, aquelas riquezas todas que deveriam ser destinadas aos melhoramentos dele, do povo-patrão.


Roubar o patrão tem muito de autoafirmação, de competitividade, de disputa. Quando esse tipo de empregado rouba o chefe está dizendo: "Sou mais esperto que você. Veja: com os salários que você me paga e os desvios que faço, já tenho até apartamento em Paris, carros importados, amantes em várias capitais, enquanto que você pobre-povo-patrão perde horas e horas nas filas a espera dos ônibus e metrô para chegar ou voltar do trabalho. Com a grana que arrecado na administração pública cuido da minha saúde e dos meus familiares nos melhores hospitais dos países mais desenvolvidos da terra, enquanto que você povo-patrão, perde horas, tempo, bem-estar e saúde nos postos teoricamente destinados a cuidar dos pagadores de impostos. Na verdade eu, político fui eleito para provar que posso mais do que você, zé-povinho”. Isso, meu amigo, é inegável. Os fatos estão todos aí pra quem quiser ver.

Os políticos querem emprego. Mas por que votar neles se não for por masoquismo, cumplicidade ou obrigação?

Fezes e urina

Fernando Zocca, 18.08.14

Beber ponte, viaduto, automóveis, prédios públicos suntuosos não parece ser prático nessas horas. 

 

 

 

 

A população de Piracicaba consome água contaminada por fezes e urina vindas de Americana e Santa Barbara do Oeste. Quem, teoricamente, deveria cuidar desse assunto, encontrando solução não o faz. Os políticos que estão no poder há 20 ou mais anos não fazem nada mais do que enriquecerem a si e aos seus familiares. Enquanto isso o povo bebe dejetos.


Quem deveria fazer não o faz.


É vergonhosa a atuação política dessas pessoas que ocupam cargos públicos na cidade de Piracicaba. É tempo de eleição: os sujeitos estão novamente a pedir votos. Querem o aval da população para continuar com as terríveis injustiças.

Com os votos ocupam os cargos que lhes rendem salários imensos e vantagens inimagináveis para o cidadão comum.

Essas pessoas que ocupam hoje o cargo de prefeito, vereador, deputado estadual ou federal não pensam em outra coisa que não seja o bem-estar próprio.

Por que o cidadão eleitor contribuiria para o enriquecimento pessoal dessa gente – votando - se não fosse por masoquismo ou obrigação inconsequente?

Basta de reeleger pessoas que enriquecerão a custa do povo. Se o cidadão comum não puder participar ativamente como candidato aos cargos das mamatas municipais, estaduais e federais, que não seja conivente com os crimes que certamente cometerão os tais pedintes de votos.

Beber ponte, viaduto, automóveis, prédios públicos suntuosos não parece ser prático nessas horas.

 

A cobra verde

Fernando Zocca, 11.08.14

 

As crianças das cidades litorâneas brincam mais nas praias sentindo os ventos vindos do mar, pisando na areia, bebendo água de côco e fartando-se com as brincadeiras possíveis no ambiente.

Já as crianças do interior relacionam-se com as coisas existentes no mundo ao redor. Por exemplo: aqui em Piracicaba, no início da década dos anos de 1960, além de quadrar a Praça José Bonifácio, assistir aos filmes dos cines Politeama, Palácio, Broadway, Colonial ou Paulistinha, ouvir os programas de rádio, pouca diversão a mais havia. 

A não ser, é claro, para aqueles cujos pais eram proprietários, ou tinham amigos que possuíssem ranchos de pescaria. Aí sim a diversão estaria mais do que completa.  

Contudo, no rancho a pessoa tem de aprender a se virar sozinha. Deve preparar - na ausência do encarregado que o faça - as próprias refeições, lavar a louça, higienizar o ambiente e, para os que ficam mais tempo, lavar as roupas.

Mas aos adolescentes que, num domingo, ficassem nesses locais de lazer, na companhia dos pais, dos tios ou dos avós, os trabalhos - é claro - não seriam tão obrigatórios. 

Entretanto, adolescente, sem ter o que fazer, - você sabe - logo busca alternativa pra não ficar parado.    

Foi o que aconteceu numa tarde de domingo, há muito e muito tempo atrás. Reunidos na bela construção, à beira do rio Piracicaba, logo depois da foz do Corumbataí, os pais, os avós e os tios de três adolescentes, procuravam passar as horas prazerosas cada um a sua maneira.

Enquanto os casais dormiam nos seus quartos, e os avós conversavam na varanda, os moleques tomando o bote, equipado com um poderoso motor de popa Mercury, saíram velozes rio acima, explorando as novidades. 

Nesses dias de seca incomum, na opinião de alguns, o rio Piracicaba não passa de um escoadouro de água impura, mas durante o tempo das chuvas o rio avoluma, e suas águas ficam bem perigosas. 

A correnteza é bastante forte e, mesmo para os melhores nadadores, não é fácil permanecer confortável, por muito tempo sobre ela. 

Naquela ocasião estavam os três garotos num bote velocíssimo navegando sobre as águas barrentas, contra a corrente, quando ao se aproximarem das estruturas da ponte do Caixão - que naquela época estava sendo construída - avistaram umas manilhas de concreto postadas ao longo das margens. Algumas estavam ilhadas. 

Fazendo uma curva fechadíssima para a direita, o piloto comandou a embarcação para o tubo cinzento ali jacente.

Reduzindo sensivelmente a aceleração do motor, deixando o bote deslizar calmamente, o piloto mandou aquele que estava mais próximo da proa tocar na manilha, suavizando, desta forma, o contato do barco com o objeto.

Dois garotos subiram na manilha. Ao olharem para dentro dela avistaram uma pimenteira vicejante ao lado de uma vara bem grossa que, tocando o fundo úmido, permanecia com a outra ponta, encostada numa das paredes internas. 

Isso tudo não teria nada de excepcional se não fosse por um detalhe inesperado: é que, enroscada na vara, havia uma cobra verde aparentemente dormitando. 

A partir daquele momento então a prioridade dos garotos era a de pegar a tal cobra. Mas como fazer isso? Um deles sugeriu que puxando devagar o pau, que há tempos estava ali, traria com ele, a cobra preguiçosa. 

E não deu outra. Devagarinho, o mais taludo foi tirando o bordão e, com muita delicadeza, pegou a cobra verde pelo pescoço.

A primeira frase que se ouviu depois da captura foi: 

- Vamos levar para o vovô!!

O bote, zunindo, agora a favor da corrente, chegou rapidinho ao rancho onde o pessoal estava ou tocando violão, ou dormindo na rede ou jogando conversa fora. 

A cobrinha foi apresentada ao vovô que, notando estar ela morta, devido à pressão exercida sobre o seu gorgomilo, mandou que alguém lhe trouxesse uma tesoura. 

Com a posse do instrumento o avô mostrou aos moleques que ela tinha alguma coisa na barriga. Devia ser a refeição que fizera há algum tempo. 

Usando muita delicadeza o vovozinho abriu o ventre da cobrinha verde, donde saiu um pequeno sapo já metabolizado.

Naquele bucólico final de tarde, junto com os oprimidos que sempre se queixam dizendo "pimenta no olho alheio é refresco", não tiveram também muita sorte, nem o sapinho, e nem a cobrinha verde.